Será que Linguagem Corporal pode aperfeiçoar a performance da policia em apreensões?

Hoje responderemos uma pergunta que sempre fazem em nosso Instagram @metaforando.vitor e também nos cursos presencias ministrados pelo perito Vitor Santos que é a seguinte: “Vitor, a polícia também usa as ferramentas da Linguagem Corporal? Isso pode ajudar em ações policiais?”
Bom, em alguns locais a polícia não só é ensinada, como treinada de forma oficial, principalmente para cadetes, como também ela é aplicada, por exemplo, fora do Brasil, temos no Reino Unido a Emotional Intelligence Academy-EIA já trabalhando em casos policiais. No Brasil, tivemos uma entrevista recente falando que os números de apreensões da polícia rodoviária federal melhoraram em comparação aos números do ano passado, além de um investimento feito para montar um canil para treinamento de cães farejadores ajudarem identificar drogas, um policial menciona em uma entrevista que estão utilizando técnicas de Linguagem Corporal.
Joe Navarro, ex-agente do FBI e um grande especialista em Linguagem Corporal, muito do que ele montou, principalmente no perfil comportamental de criminosos, como observar linguagem corporal das pessoas com transtornos antissociais e psicopatas, vem da base dele de linguagem corporal, mas já era aplicada quando ele ainda era ativo no FBI também temos, por exemplo, o Dr. Aldert Vrij, professor da universidade da Pensilvânia, além de ser um dos principais psicólogos forenses também trabalhou em casos associados à dissimulação em contextos terroristas. E, claro que temos o grande Paul Ekman, psicólogo americano que tem sido pioneiro no estudo das emoções e expressões faciais, hoje com mais de 85 anos de idade já deu treinamento na CIA, FBI, em aeroportos e também em vários outros contextos associados à psicologia forense, inclusive no primeiro episódio da famosa série LIE TO ME tem uma referência de um caso real que o professor Ekman trabalhou, basicamente neste episódio, mostra o Dr. Cal Lightman, analisando um terrorista, um neonazista suspeito de esconder bombas em igrejas com pessoas negras e essas bombas iriam explodir randomicamente e o FBI precisava saber onde essas bombas haviam sido colocadas, o sujeito interrogado não falava nada e tinha toda uma burocracia de que não podiam mais pressioná-lo a falar mais, então o Dr. Cal estava observando a Linguagem Corporal dele durante o interrogatório e identifica que sempre que perguntado onde estava as bombas, o terrorista, engolia a seco, fazia gestos com o ombro e respirada funda. Pela sua Linguagem Corporal o Dr. Cal Lightman acaba identificando o local das bombas corretamente.

Pode parecer bem fantasioso, mas para a biografia do Ekman ele comenta, sobre casos que ele trabalhou inclusive esse caso mencionado no episodio do Lie To Me, é apenas um dos casos concluídos com sucesso em que Paul Ekman trabalhou e auxiliou o FBI através da Linguagem Corporal observada no suspeito. Neste caso do terrorista, por exemplo, quando foram mencionados vários estímulos, determinada palavra o nome de uma igreja especifica, foi um ‘hotspot’, gerou uma emoção, um pico de ansiedade o sujeito alterou a linha de base dele, ou seja, ele estava calmo, quando o nome da igreja em específico foi citado no interrogatório ele fez o gesto que entregou ali o local exato onde as bombas estavam escondidas. Então, mais uma vez com a Linguagem Corporal conseguiram obter a vitória, neste caso poupando vidas de pessoas inocentes.
O especialista em Linguagem Corporal Vitor Santos criador do canal Metaforando, já treinou aqui no Brasil, agentes da lei, juízes, advogados, promotores, esteve ministrando um treinamento intensivo em Detecção de mentira pelo protocolo SCANS para a polícia Militar da Paraíba, oficiais do GATE de negociação. Coronéis também assistiram este treinamento, esteve também no Centro Administrativo da polícia Militar de São Paulo, com treinamentos corporativos para passar ainda mais ferramentas nas mãos de quem trabalha com a lei de forma que possa agregar a performance desses agentes e assim poderem entender melhor com quem eles estão lidando em suas abordagens, como, por exemplo, se é uma pessoa que está expressando medo, mas é inocente a um suspeito que da, o mesmo sinal, mas é incongruente por medo de ser pego mentindo para a polícia. Para finalizarmos esse argumento, vamos mencionar uma pesquisa que é feita no livro Telling Lies de Paul Ekman, o qual ele mostra essa conclusão. Uma pessoa precisa ser psicólogo para avaliar expressões faciais? Ela precisa ser diretamente um agente da lei para conseguir utilizar isso no dia-a- dia dela? Sabem qual o resultado dessa pesquisa? Basicamente, observando psicólogos, entusiastas da psicologia sem formação, policiais, investigadores, advogados, observando o score deles em acertar quando uma pessoa estava mentindo (em exercícios de vídeo) Paul Ekman concluiu que a alteração entre eles era praticamente nula, todos esses profissionais que citamos, sem o treinamento adequado em detecção por micro expressões facial e sem a ferramenta de um protocolo multicanal, como é o caso do SCANS, tem basicamente de 50 a 58% de chance de detectar uma mentira, lembrando que isso é a média certa? Você pode até conhecer uma pessoa sem treinamento nenhum e conseguir aumentar seu percentual em detecção de mentira, temos ainda um estudo “The wizards of deception detection” do Ekman que monstra que tem pessoas com uma pré-disposição natural em detectar mentiras, mas na maioria a média que temos é de 50 a 58% sendo que essa performance pode ser melhorada e pode subir até 70% com treinos diários em detecção de mentiras, então você que deseja estudar essa área e quer se dedicar a ela não precisa ser especificamente um psicólogo, para conseguir detectar um comportamento facial, claro que se você for um psicólogo ou estudante de psicologia, isso com certeza vai somar em seus estudos.

Bom pessoal, hoje foi um comentário rápido sobre dissimulação e o uso de algumas ferramentas usadas para detectar a mentira em várias situações.
Abraços e até breve!
Transcrição – Equipe Metaforando.